Tanto quis crescer, deixar logo para trás os joelhos ralados e as tardes de brincadeiras entre amiguinhos da mesma rua que, olha só,  eis me aqui, com saudades dela,  minha infância.

Tempo que não conhecia o que era ter que enfrentar um TCC ( Trabalho de Conclusão de Curso), com pessoas te olhando e professores com canetas anotando sabe-se lá Deus o que.  Não sabia o que era ver uma amizade ir embora, seja lenta ou rapidamente. Não sabia o que era um coração partido, achava que era coisa de novela,  que na vida real,  seria sempre aquela velha história  de "felizes para sempre".

Acreditava que amigos eram para sempre, que os sentimentos eram para sempre,  que o joelho ralado era a pior dor do mundo na hora de tomar banho,  que ter que acordar cedo era frustrante. Pois é,  o tempo passa,  a vida te ensina.

Hoje sei que nem todos amigos são para sempre,  alguns vem e vão, e alguns permanecem,  mas você acaba aprendendo que para cada um que vai embora haverá sempre alguém que chegará. Os sentimentos mudam. Se tornam mais reais, conhece a primeira paixão,  a primeira decepção amorosa, aos poucos descobre que,  a dor do joelho ralado não é a maior do mundo na hora de tomar banho. Mas tudo melhora. Uma hora a ferida cicatriza,  seja ela no joelho, ou onde curativo nenhum consiga alcançar.  Uma hora os bons amigos chegam, o amor verdadeiro entra em cena, e os dias seguem.

Não, não  vai ficar tudo perfeito, como nos "felizes para sempre", eu sei.  Mas acredito que tudo vai se encaixar, os dias vão ser melhores.  A essência da infância de acreditar que viverei o meu para sempre permanece.

PS: Ainda acho que acordar cedo é frustrante.