Resenha - Boa noite Punpun (Oyasumi Punpun), uma obra totalmente imersiva e distópica

maio 01, 2019


Esse foi um dos primeiros mangás que cheguei a ler do início ao fim, o que, posteriormente, o faria ser uma das minhas obras preferidas. A história é escrita pelo mangaká Inio Asano e aborda sobre as mais diversificadas questões sociais enquanto o desenvolvimento de um indivíduo na sociedade.
“PunPun começou a imaginar que tipo de adulto ele seria. Ele logo perdeu o caminho de casa e estava prestes a chorar. Mas ele conteve suas lágrimas.”
Temos, então, nosso protagonista, Punpun Onodera. O objetivo do plot é fazer com que acompanhemos o desenvolvimento deste garoto que tem uma representação um tanto diferenciada. A forma que PunPun é retratado não tem nenhum motivo aparente, apenas uma ideia viajada de Asano.


PunPun é mais um menino comum que está no fundamental e sofre dos mesmos problemas enfrentados pelos garotos de sua idade: amores, frustrações, puberdade. O real problema acontece quando em um determinado dia, seus pais acabam brigando e o pai de PunPun agride sua mãe. Ela acaba tendo que ser levada para o hospital e seu pai é sentenciado à prisão.

O primeiro amor de PunPun foi Aiko Tanaka, uma garota bonita que havia acabado de ser transferida para a escola. De alguma forma, esse sentimento também foi despertado em Aiko, que acabou também gostando de PunPun. O que teríamos, vários volumes à frente, uma incrível e estranha relação amorosa.
“Algumas vezes é difícil ser normal.”

O fato é que discorrer sobre a história dessa obra, em palavras, chega a ser um insulto. A complexidade é tamanha, que não há como expressar todos os sentimentos despertados no leitor enquanto se debruça em cada capítulo do mangá. O envolvimento com questões familiares, amorosas, sobre complexos e também sobre existencialidade, tornam a trama mais detalhista e com um teor mais importante, requisitando uma análise mais profunda sobre tudo que é abordado.

Há quem odeie e quem ame, ambas pelo mesmo motivo, a história. Mas o fato é que é irrefutável que Boa noite PunPun (Oyasumi Punpun) é um grande trabalho, demasiado representativo, trazendo a tona muitas questões reais de pessoas comuns que não são muito vistas em obras ficcionais. Arrisco a dizer também que essa é uma inefável obra, se não um dos melhores trabalhos já realizados por Inio Asano.


O mangá publicado no Japão e nos Estados Unidos possui 13 volumes, já aqui no Brasil, a obra está sendo disponibilizada pela editora JBC, no formato BIG, adaptando dois volumes em um, o que reduziu o número de volumes. Ao total serão 7 volumes.

Curiosidades:

O mangá, após ter chegado ao Brasil, tornou-se um dos mais vendidos pelo site da Amazon.

FICHA TÉCNICA


Nota do crítico: ★★★★★
Título: Boa Noite PunPun
Outros títulos: Oyasumi Punpun / Good Night Pun Pun
Volume: 13
Capítulos:  147
Gênero: Slice-of-Life / Drama
Autor/Organização: Inio Asano
Editora/Revista: Weekly Young Sunday / Big Comic Spirits
Selo: -------
Páginas: -------
Ano: 2007-2013
Sinopse: Num primeiro momento, Punpun lida com os problemas de sua família, com o pai alcoólatra e a sua mãe, que tenta ser flexível e tolerante com o vício do marido. Já no colégio, ele se apaixona por Aiko Tanaka, e passa a segui-la no caminho de volta para casa. Notando isso, a garota se aproxima do jovem e passa a ter conversas regulares com ele. Os temas mais comuns são os sonhos que os perseguem, visões do futuro e o que pretendem fazer quando adultos.


Recomendações

3 Comentários

  1. Excelente resenha. Li Oyasumi Punpun ano passado via scan. Eu não consigo nem descrever para outras pessoas como eu me senti quando terminei ela. É uma história melancólica e depressiva. Chega um ponto (acho que faltando dez volumes pro fim) que eu só queria um fim rápido pro Punpun e pra Aiko. Não importava qual. E foi o que aconteceu...

    Quem lê Punpun, não termina igual.

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    Respostas
    1. E aí, Renan.

      A parte que mais me tocou da tua fala, que chegou a arrepiar, foi "Quem lê Punpun não termina igual". Não poderia haver melhor afirmação. Punpun, disparado, é um dos meus mangás favoritos, assim como o mangaká que o criou, Inio Asano. Amei muito esta história. Caso não acompanhe os demais trabalhos do Asano, sugiro que comece a ler, vale muito a pena.

      Forte abraço!

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    2. Oi Welerson, beleza? Então, eu ia li outras obras do Asano e Punpun ainda continua sendo a mais interessante no meu ponto de vista. Eu acho que meu erro foi ter conhecido ele justamente por Punpun, porque Nijigahara Holograph, Cidade da Luz, A Garota da Praia e principalmente Solanin, são incríveis.

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