Crítica | Série Lúcifer: a total quebra de aversão ao anjo caído

agosto 28, 2019


A série original Netflix apresenta uma concepção alternativa do anjo que se rebelou contra Deus e foi expulso do céu. Nesta obra, somos apresentados a um diabo que, farto de seus dias tediosos como senhor do inferno, decidiu vir ao mundo dos mortais e viver sua vida em Los Angeles.

Ele não é tão maldoso assim (só as vezes)

Esta é a primeira ideia que a série coloque em nossas cabeças. Claro que Lúcifer não é a única obra a fazer esse tipo de questionamento sobre a índole do diabo e de vários contos religiosos, mas vale lembrar que isto é apenas uma história ficcional.

Com o intuito de poder viver sua vida da forma mais liberal e descontrolada possível, o diabo vem a terra como Lúcifer Morningstar, o dono da Lux, a boate mais badalada da cidade. Totalmente excêntrico e arrogante, Lúcifer dispõe de um repertório de ternos de grife dos mais caros, carros extremamente luxuosos e acompanhado das mulheres mais atraentes de Los Angeles.


Por trás de toda essa glória e sutil gentileza, no fundo ele ainda é o diabo. “O que você mais deseja” se torna um bordão clássico do personagem, utilizado sempre nos momentos em que ele precisa descobrir quais são as reais intenções das pessoas e puni-las por isso. Quase como um feitiço sob quem ele utiliza.

O diabo é um consultor da polícia

Claro que ele não poderia simplesmente ir atrás das pessoas e puni-las por seus atos perversos e desprezíveis. Para isso, ele se juntou, de forma inesperada, à polícia de Los Angeles, atuando como uma espécie de consultor. Como ele possuía a habilidade de convencer as pessoas a falarem o que ele queria, foi útil para a autoridade local a presença dele nos casos. Ele só não esperava conhecer Chloe Decker, a detetive que viraria sua vida de cabeça para baixo.


A linha tênue entre o bom e o mau

É neste momento que é perceptível a dificuldade que Lúcifer tem de se encontrar consigo mesmo, começando a ter crises de personalidade. A inclinação deveria ser maligna ou bondosa? O fato é que quando Decker estava ao lado dele, despertava em Lúcifer um afeto humanitário que nem mesmo ele era capaz de explicar. Fora o fato dele se tornar vulnerável quando estava perto da detetive. Essas razões inicialmente não são abordadas, mas conforme o passar dos episódios e das temporadas, tudo fica elucidado.


Quando Lúcifer entende que precisa de Decker em sua vida e vise-versa, as coisas começam a mudar. O lado mau do diabo parece não existir mais ou não ser a forma mais correta de viver a vida. Decker deu um novo sentido para sua vida, o transformou em um novo homem. Neste processo, um desenvolvimento amoroso é posto em cena, sempre com uma resistência de ambas as partes para demonstrar o quanto um precisa do outro.

Personagens históricos e suas contradições

Além de Lúcifer, personagens como Caim, Abel, Eva, Lilith e alguns anjos também fazem parte desta staff. Mas, claro, todos são apresentados com a história que todos conhecemos, porém errada. A concepção universal de que Caim era do mau e Abel o bondoso é trivial demais para ser levada a sério, temos, então, Abel sempre querendo matar Caim, e, por fim, Abel no inferno e Caim um ser amaldiçoado por Deus para viver eternamente. Eva também não era a mulher que conhecemos pela Bíblia. A questão é que a série é uma total aversão ao que conhecemos, trazendo uma perspectiva totalmente diferente e inovadora sobre cada um dos personagens.

Ponto crucial

Para finalizar, deixo uma dica para vocês que chegaram até estas últimas linhas deste texto: não assista ou mostre essa publicação para sua mãe ou aquele seu parente muito religioso. Você pode correr um risco muito grande de ser excomungado pela sua família.

FICHA TÉCNICA



Nota do crítico: 
★★★★
Título: Lúficer
Gênero: Fantasia urbana, Terror, Policial processual, Comédia dramática, Sobrenatural
Autor/Organização: Tom Kapinos
Distribuidora: Netflix
Selo: ------
Ano: 25 de janeiro de 2016 - (5ª temporada em desenvolvimento)
Sinopse: Lucifer está entediado e infeliz como o Senhor do Inferno e decide tirar férias em Los Angeles, onde vira dono de uma casa noturna com ajuda de sua serva Mazikeen.

Recomendações

12 Comentários

  1. Olá!! :)

    Eu ja ouvi falar muito dessa serie. Tentei ver o primeiro episodio e acabei a desistir antes mesmo de ver o segundo inteiro.

    Enfim, ainda bem que gtostaste e que existem bosn conflitos. Pena que leve a excomunhao ahahahha

    Boas leituras!! ;)
    no-conforto-dos-livros.webnode.com

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  2. E aí, No Conforto dos Livros!

    Tudo requer um preço a ser pago, não é mesmo?! No caso dessa série, receber críticas da família, kkkk


    Brincadeiras a parte, a série é bem legalzinha, vale a pena assistir. Mas claro que não pode agradar a todos, como foi seu caso, mas é completamente normal.

    Forte abraço!

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  3. HAHAHAH o próprio Padre Fábio de Melo curte essa série <3
    O que dá vida a esta série é o Tom Elis O roteiro é ruim demais hauhauhauha, passei raiva na temporada com o Tom Welling pq não estava indo pra frente. Mas gosto muito da atuação do Ellis =D
    Feliz que teremos mais uma temporada

    Sai da Minha Lente

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    1. Olá, Clayci.

      Realmente, eu acharia bem mais da hora se o roteiro tivesse um viés diferente, mas fazer o que?! O ator realmente dá um toque diferencial para a série, a torna melhor. Feliz e ansioso pela próxima e última temporada.

      Forte abraço!

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  4. Olá
    Eu adoro Lúcifer. Essa série é incrível. Gosto da parte policial, gosto da parte que brinca com esse conceito de religião. Eu cresci em uma família extremamente católica, mas, honestamente, nunca consegui acreditar que Lúcifer é totalmente mal. Já li vários livros (literatura mesmo) que o tem como personagem e sempre posso montar uma imagem diferente do anjo caído. Assim como é dito na série, eu acredito que ele não é mal, ele pune o mal.

    Vidas em Preto e Branco

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    1. Olá, Lary!

      Muitas pessoas partem desse mesmo conceito seu e da própria série, a ideia de que Lúcifer não é tão perverso assim como a bíblia detalha. Assim como há pessoas que acreditem na total maldade dele. Mas são pontos de vista de pessoas com uma concepção que vem de suas crenças intrínsecas. Certo ou não, cabe a nós sempre mantermos o respeito em alta.

      Forte abraço!

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  5. Põe quebra nisso! Essa é minha série favorita, o ator que interpreta o Lúcifer está ótimo no papel e acho super interessante essa "releitura" que fizeram dos personagens bíblicos, mas claro que devemos ter em mente que a série é uma ficção.

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    1. Olá, Marijleite.

      Exatamente. A série, como FICÇÃO, é muito da hora. Foi até mesmo o que eu comentei antes de dar imersão ao tema, que não passa de uma ficção. Eu gostei muito do carisma dos atores e, com certeza, o Tom Ellies foi uma ótima escolha de personagem.

      Forte abraço!

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  6. Olá
    Para quem é cristão protestante só lamento porque a série tem uma versão própria desse mito da religião.
    O interessante de Lucifer e Superntaural é que eles lembram que Deus, diabo e outros são apenas muitos, já que suas existências não são comprovadas.

    Beijos

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    1. Olá, Joanice.

      A série não tem uma segmentação específica, porém não é um produto destinado a agradar a todos, principalmente quando o assunto é religião. Mas, como dito no próprio texto em questão e também em alguns comentários aqui, trata-se de uma obra ficcional, nem tudo deve ser levado ao pé da letra.

      Forte abraço!

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  7. eu comeei a assistir essa série, mas nunca finalizei e sempre que vejo alguem comentando a primeira coisa que vem na cabeça é HORA DE VOLTAR A ASSISTIR
    mas ainda não deu.
    E sobre alguns comentários toscos: eu to morrendo de rir hahah

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    1. Olá, Milca.

      Essa é a magia dos comentários, sendo as vezes mais interessantes do que o próprio conteúdo, kkkkk.

      Termine logo de uma vez essa série para poder fazer parte dassas maravilhosas discussões interessantes.

      Forte abraço!

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