Até o Fim.
junho 10, 2017
Era manhã de sábado, o sol brilhava lá fora e o café quente acordava o corpo preguiçoso de Bill.
— Hey Bill!?? - disse David entrando na cozinha.
— Oi, bom dia David.
— Ora, porque me mandaste mensagem tão cedo no sábado?
— Preciso te contar uma coisa, e te fazer um pedido. Sente-se. — disse indo até a sala de estar.
— Está com uma cara nada boa, o que houve?
— Bom, não contei pra ninguém ainda, e espero que me entenda e não conte por enquanto também. Há dois meses descobri que tenho um tumor no cérebro.
Ao ouvir a palavra tumor David parecia ter levado um soco no meio do estômago.
— O que? Como assim tumor? Não, não, você deve estar enganado!
— Você não tem ideia do quanto eu queria que fosse engano. Eu não tenho mais que 6 meses. Eu sei que é difícil ouvir isso, mas olhe, você é meu melhor amigo, eu preciso do seu apoio.
Bill descobrira esse tumor quando passou mal e desmaiou de tanta dor de cabeça no meio do treino de futebol. Foi internado, fez uma bateria de exames, e a surpresa veio como um choque elétrico em seu corpo.
— Cara, eu sinto... Sinto muito. Eu... — David abraçou Bill e as lágrimas inevitáveis rolaram.
— David, desde criança sonhamos em pegar a estrada e rodar o mundo sem destino, acho que chegou a hora. Não tenho mais tempo, e esse é meu maior sonho. Queria saber se você vem comigo?
David enxugou as lágrimas, e respirou fundo. Conhecia Bill desde seus 2 anos, quando se tornaram vizinhos. Agora, ambos chegando nos 30 anos, quando a vida começou a andar pra frente, de repente se abre um abismo ali, no meio dos dois, naquela sala, naquela manhã. Mas David nunca deixaria na mão alguém que amava como um irmão. Se esse era um pedido de Bill, ele iria.
— Eu nunca deixaria você rodar esse mundão cheio de mulheres incríveis e hambúrgueres maravilhosos sozinho!
Bill sorriu e o abraçou.
— Partiremos em 3 dias, tudo bem?
— 3 dias capitão! E Bill, ainda não é o fim, acredite.
— Eu acredito, David. Acredito.
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