Cafeteria

junho 16, 2020

Imagem de Free-Photos por Pixabay

O chá ainda formava gotículas na xícara, a sala estava aquecida e lotada. Lá fora a neve caia devagar, pessoas corriam pra lá e pra cá na principal avenida da cidade.

Minha caneta fazia zig-zag no papel. Eu precisava escrever algo, mas minha mente e meu coração só pensavam em uma pessoa. E qualquer frase que eu começasse teria a letra do seu nome.

Mais um gole no chá. Nada. O tempo estava passando rápido demais. Meus biscoitos já tinham acabado e pedi mais a garçonete que, com um sorriso acolhedor, parecia me entender.

Você colocou paredes em mim. E quem eu era, poética e escritora, forte e segura, deu lugar a alguém machucada, com medo e que só pensava em escrever sobre como dói confiar e amar alguém que jogou seu coração ao vento e partiu.

Não quero que as pessoas sintam essa dor, nem de longe. Por isso não quero escrever sobre você, mas olhando pela janela pouco embaçada daqui, vejo que não tenho tanta escolha.

A porta da cafeteria se abre e um rapaz com uma imagem tão familiar entra. É você. Meu coração dispara no mesmo segundo, minhas mãos trêmulas deixam a caneta cair. Você me olha nos olhos, pede um café e sai. Como um estranho. Como qualquer um nesse um bilhão de pessoas que entrariam ali. E partiu sem ao menos me dar uma explicação.

Eu fiquei ali, parada, congelada, sem reação. Deixada pra trás? Seria essa sensação? Não sei dizer. Apenas pego minhas coisas e deixo os biscoitos pra trás. 


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